quarta-feira, 15 de julho de 2009

Significado de Bumba-Meu-Baco

O nome Bumba-Meu-Baco é uma mistura do “Erudito com o popular”


A dança folclórica do bumba-meu-boi é um dos traços culturais marcantes na cultura brasileira, principalmente na região Nordeste. A dança surgiu no século XVIII, como uma forma de crítica à situação social dos negros e índios. O bumba-meu-boi combina elementos de comédia, drama, sátira e tragédia, tentando demonstrar a fragilidade do homem e a força bruta de um boi.

O bumba-meu-boi é resultado da união de elementos das culturas europeia, africana e indígena, com maior ou menor influência de cada uma dessas culturas. A dança misturada com teatro incorpora elementos da tradição espanhola e da portuguesa, com encenações de peças religiosas nascidas na luta da Igreja contra o paganismo. O costume da dança do bumba-meu-boi foi intensificado pelos jesuítas, que através das danças e pequenas representações, desejavam evangelizar os negros, indígenas e os próprios aventureiros portugueses.

A história que envolve a dança é a seguinte: Um rico fazendeiro possui um boi muito bonito, que inclusive sabe dançar. Pai Chico, um trabalhador da fazenda, rouba o boi para satisfazer sua mulher Catarina, que está grávida e sente uma forte vontade de comer a língua do boi. O fazendeiro manda seus empregados procurarem o boi e quando o encontra, ele está doente. Os pajés curam a doença do boi e descobrem a real intenção de Pai Chico, o fazendeiro o perdoa e celebra a saúde do boi com uma grande festividade.

O bumba-meu-boi possui diversas denominações em todo o Brasil. No Maranhão, Rio Grande do Norte e Alagoas a dança é chamada de bumba-meu-boi, no Pará e Amazonas, boi-bumbá, em Pernambuco, boi-calemba, na Bahia, boi-janeiro, etc.

Bumba-meu-boi.

Já a palavra Baco é relativo a Dionísio na mitologia grega, é filho de Júpiter e a mortal Sêmele, era o deus do vinho e representava a embriaguez, porém também era um promotor da civilização, legislador e amante da paz.

Segundo a lenda, Sêmele pediu para Júpiter mostrar todo o seu esplendor para ela. Júpiter tentou dissuadi-la, porém ela insistiu, fazendo com que o deus mostrasse todo seu esplendor, o que provocou sua morte, pois Sêmele era apenas uma mortal.

Com sua morte, Júpiter pegou o feto, Baco, das cinzas e o colocou em sua perna, gerando assim, o deus do vinho.

Bacco - Caravaggio.

Baco - Leonardo da Vinci.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Performance “Hip Hop em Cena”


Performance “Hip Hop em cena” na I Revirada Cultural da Unesp dia 18/06/2009:





Embora a performance apresentada tenha como título o mesmo nome de nosso projeto principal, nossa intenção foi de apenas fazer um apanhado geral dos exercícios que havíamos executados até então e apresenta-los de uma forma cênica;

Utilizamos como base um pequeno fragmento do texto “Capão Pecado” do autor Ferrez , que foi associado com elementos da partitura corporal que foram trabalhados junto com imagens e fotografias projetadas simultaneamente no palco junto com os atores.

A elaboração da performance foi muito válida no sentido de intensificar o processo do grupo, exigindo minimamente alguns horários extras para a elaboração da mesma.

Como resultado da apresentação, foi somado ao processo de pesquisa a participação de alguns b. boys que após assistirem a performance, nos procuraram para ver se existia a possibilidade de se inserirem no projeto “Hip Hop em cena”. Nesse sentido foi articulado as oficinas de iniciação teatral que acontecerá durante o mês de julho para que os b. boys se insiram no processo.

Projeto de Trabalho para o ano de 2009


A proposta da montagem de “Hip Hop em Cena” terá como inspiração as raízes históricas do movimento Hip Hop, tendo como fundamentação sua abordagem social, política, cultural e artística.
Compreendemos as manifestações desse movimento como uma ramificação do movimento negro em nosso país, e acreditamos ser de extrema relevância abordar essa temática, tendo em vista as atuais políticas afirmativas vigentes.
Considerando que segundo o IBGE (Instituto de Geografia e Estatística), cerca de 50,5 milhões de brasileiros têm entre 15 e 29 anos, representando ¼ da população do país. Destes, 45 milhões de jovens estão nas classes C, D e E imersos em realidades sócio-econômicas desfavoráveis que impactam fortemente em suas potencialidades de vida.
Devido a má distribuição de renda que assombra a maior parte dos municípios brasileiros, causando a segregação sócio-espacial, consideramos que a periferia brasileira tem uma contribuição muito positiva no sentido de agregar valores positivos através de sua cultura popular representada por esse segmento.
A existência da periferia nas cidades é um fato, seja ela uma metrópole, ou uma pequena cidade interiorana, muitas vezes a sua existência acaba sendo justificada por um desenvolvimento urbano-industrial que provocou uma aceleração das migrações regionais, durante os anos 1950, 1960 e 1970. Milhões de pessoas transferiram-se para o eixo Rio-São Paulo, atraídas por uma inédita oferta de empregos, gerada no seio de uma rápida industrialização, o que também levou a uma urbanização caótica. Nesse contexto podemos entender os mecanismos de surgimento das comunidades periféricas, que é o cenário principal para atuação dos ativismos sociais contemporâneos.
Julgamos ser de extrema importância discutir com a população geral os assuntos propostos e abordados pelo movimento Hip Hop.


Descrição do Processo de trabalho

O processo de montagem terá como objetivo fazer com que os atores se apropriem da forma mais coerente das manifestações sociais, políticas, culturais e artísticas do movimento hip hop. Um dos fatores que colaboram muito nesse sentido é a própria visibilidade da cidade de Rio Claro no contexto nacional das políticas afirmativas relacionadas ao movimento Hip Hop, tendo em vista que uma significativa parcela de sua população residente dos bairros mais populares é simpatizante por tal segmento.
Tal empreitada será alavancada através da pesquisa histórica bibliográfica a respeito desse tema, somadas a entrevistas realizadas com representantes e líderes comunitários locais.
Para trabalhar a manutenção técnica dos atores desde o início do processo de montagem até sua finalização serão realizadas atividades de conscientização corporal e vocal;
A intenção desse processo é revelar que através dos processos de globalização o homem popular da periferia brasileira é um grande protagonista das lutas de classes, articulando suas reivendicações em escalas locais e globais.
Tendo em vista a multiplicidade de linguagens que o movimento hip hop aborda, a dança, música e a poesia dos “raps”, além da intensidade pictória revelada pelos “graffit’s”, será necessário realizar paralelamente uma pesquisa inonográfica de imagens, sendo elas fotografias ou audiovisual.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Histórico do Grupo

A Cia. Teatral Bumba-Meu-Baco, é um grupo que foi criado com a iniciativa de estudantes universitários sob a perspectiva de realizar e articular a Extensão Universitária no Campus da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita”, Rio Claro-SP.
O grupo iniciou suas atividades no ano de 2005, tendo como objetivo estimular o educador e pesquisador acadêmico a usar a criatividade, espontaneidade e redescoberta de potencialidades do corpo que colaboram para a formação do sujeito.
Através da pesquisa teatral e antropológica os arte-
educadores desenvolveram em ordem cronológica as seguintes montagens:


2005: Performance “Retalhos Poéticos”, texto e direção de criação coletiva.


2006: "Na Roça", texto de Belmiro Braga.


2007: "Tronodocrono" , texto de Gabriela Rabelo.


2008: A Margarina, adaptação do conto de Felipe Iszlaji de Albuquerque.